terça-feira, 5 de julho de 2011

Pelo direito de estudar o que me interessa!





Após um período cansativo de “quase consegui uma bolsa integral”, eu estou novamente em busca de universidades que me agradem. Meus estudos e minhas opções de universidade ficarão em segredo, pelo simples fato de que eu não aguento mais essa sucessão de “eu quase entrei”, portanto, só direi algo com relação a isso quando eu finalmente puder gritar “MINHA MATRÍCULA ESTÁ FEITA!”.

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Mas, vamos ao assunto que quero abordar.

Eu não sei quanto a vocês, mas antes de escolher universidades onde pretendo estudar, eu olho uma coisa: Perfil do vestibular.
E, Santo Deus, como os vestibulares me estressam! Em especial abordarei o perfil que mais me irrita: USP – e por consequência todos os outros que seguem o seu padrão.

A maioria deve saber como a FUVEST funciona, então, resumindo: Na primeira fase você tem questões de múltipla escolha, e na segunda fase sua prova é discursiva, ou seja, o famoso Cálculo Hipotético Universal Técnico Estimativo (vulgo C.H.U.T.E.) não funciona.

Mas o caso irritante é: Não importa a sua escolha de curso. Mesmo na segunda fase você terá que enfrentar todas as matérias, ou seja, se aquelas questões de múltipla escolha em matemática já estavam difíceis, imagine quando você tiver de fazê-las sem alternativas e deixando claro no papel todos os cálculos que te levaram até o resultado!
Se eu sou da área de humanas, PRA QUÊ EU PRECISO SABER EXATAS?! Ahhhhhhhhhhhhhhhh... Esperem, eu vou ali beber um pouco de água com açúcar, já volto.

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Certo, minha seriedade voltou. Continuando:

Na minha humilde opinião, eu já fiz o meu papel de interdisciplinaridade durante os meus onze anos de estudo regular a partir do momento em que nele é necessário – de maneira muito teórica – que você tenha o mínimo de conhecimento em todas as áreas, mesmo aquelas com as quais você não tem afinidade.

Até aí eu consigo aceitar, mesmo não concordando. Mas eu não vejo um motivo plausível para que alguém que vá estudar letras na faculdade, por exemplo, precise saber fazer cálculos complexos de física, química e matemática. Da mesma forma que não acho necessário que um físico saiba artes, literatura e história.

Se você é bom tanto em humanas quanto em exatas, meus parabéns! Conhecimento nunca é demais. Mas onde está o meu bendito direito de aprender o que me interessa?! Por que eu preciso colocar na minha cabeça teoremas e fórmulas que eu nunca mais irei usar?! Eu concordo que todo mundo deva saber pelo menos o básico de cada matéria, mas, como disse, já fiz esse papel – de forma proveitosa ou não – durante o meu ensino fundamental e médio.
Para mim os vestibulares mais corretos são aqueles que abordam todas as matérias em sua primeira fase, e na segunda fase tornam a prova específica para a sua área de atuação.
O seu curso é da área de humanas? Então a segunda fase irá exigir de você conhecimento dentro da sua futura área de atuação.

Simples, não?

Eu acredito que a fase de estudos pré vestibular seria muito mais proveitosa e menos estressante se os organizadores de grandes vestibulares parassem de pensar tanto em como ferrar com a vida do vestibulando, e começassem a montar estratégias que de fato testassem o grau de conhecimento de cada estudante de acordo com sua capacidade em sua área de atuação.

Infelizmente, isso é algo que só acontece em pouquíssimas universidades e, por consequência, o vestibular – das grandes universidades - continuará sendo algo torturante para a grande maioria.

Me pergunto quando os estudos deixarão de ser objeto de tortura, para se tornarem objeto de bem estar.

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