sexta-feira, 30 de julho de 2010

Individualidade

Atualmente eu tenho mantido o hábito de observar mais as pessoas quando estou sozinha. Quer dizer, eu nunca sei como agir quando estou sozinha; não sei pra onde olho, o que faço, o que não faço... Então agora ocupo meu tempo observando como as outras pessoas se comportam. Convenhamos que isso é muito mais interessante e saudável do que ficar lendo placas de carro pra ver de que cidade eles são.
Hoje, quando estava voltando pra casa, me deparei com duas situações completamente opostas.
Quando estava no metrô reparei que das sete pessoas que estavam sentadas nos bancos ao meu redor, seis estavam com a cabeça baixa enquanto faziam alguma coisa em seus celulares. Observei-as e apenas constatei mais uma vez que a tecnologia está tão avançada e ao alcance de todos, que as pessoas não se olham mais.
Depois, quando entrei no ônibus, me sentei ao lado de uma mulher. Ela estava bem vestida e comia biscoitos. Quebrando todas as “regras” lógicas, a mulher olhou pra mim e me ofereceu o biscoito. Claro que minha reação na hora foi a de dizer: “Não, obrigada” e sorrir. Depois de algum tempo ela abriu uma barra de chocolate, novamente olhou pra mim e disse: “- Você quer?” . Mais uma vez a minha reação foi a de dizer novamente: “Não, muito obrigada, mas eu comi quase agora.” Então ela desistiu. O mais engraçado é que não pude deixar de ter aqueles pensamentos idiotas do tipo: “Sei lá de onde essa comida veio...” ou então “Nossa, eu tô com tanta cara de fome assim?!”
Após alguns instantes não pude deixar de pensar nas pessoas que vi sentadas ao meu redor no metrô e no quanto as duas situações eram extremamente opostas. Enquanto alguns nem mesmo olham pra você, outros tentam ser extremamente gentis e sociáveis.
Cheguei então a conclusão de que as pessoas estão mais acostumadas a ver as pessoas de cabeça baixa no metrô do que a mulher que tentou ser sociável. Infelizmente, a nossa individualidade está tomando proporções realmente absurdas! Você coloca um fone de ouvido e simplesmente se exclui do mundo. Nada mais ao seu redor importa. Pouco interessa quem está ao seu lado, apenas queremos chegar logo em nossos destinos sem sermos pertubados por alguma pessoa inconveniente ou uma senhora que venha perguntando se achamos que hoje vai chover.
A questão é: Cada vez mais estamos perdendo as características que nos tornam humanos, nossa vida se torna a cada dia mais robotizada. Talvez, e apenas talvez, se fossemos mais sociais e tivessemos mais atenção com a pessoa que está ao nosso lado, o mundo poderia ser um pouco melhor.
Pense nisso: Até que ponto chega a sua individualidade?

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